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Empate do Vasco: Análise Tática e os Desafios na Sul-Americana
Por Redação FutVasco em 23/04/2025 03:40
O empate sem gols entre Vasco e Lanús, em São Januário, na última terça-feira, escancarou as dificuldades que o clube carioca enfrentará para avançar na Copa Sul-Americana. A partida, válida pela terceira rodada, expôs a necessidade urgente de o Vasco buscar pontos como visitante, caso almeje a liderança do grupo e, consequentemente, evitar o playoff contra um time proveniente da Libertadores.
O resultado adverso reacende o debate sobre as carências do elenco, especialmente em um momento de alta demanda física e desfalques significativos. A igualdade no marcador impõe ao Vasco a obrigação de vencer o Melgar em casa e, crucialmente, somar pontos contra o Puerto Cabello, na Venezuela, e o próprio Lanús, na Argentina.
Cenário Desafiador na Sul-Americana
A importância de garantir o primeiro lugar no grupo é inegável, uma vez que a segunda colocação obriga a equipe a disputar um playoff contra um dos eliminados da Libertadores. Uma vitória simples contra o Lanús teria colocado o Vasco em uma situação muito mais confortável, aliviando a pressão e as complexas contas para a classificação. Como ressaltou Carille em entrevista coletiva, "o time está indiscutivelmente vivo na competição, mas de calculadora nas mãos."
Analisando o panorama, a equipe cruzmaltina divide a ponta do Grupo G com o Lanús, ambos com cinco pontos, embora os argentinos levem vantagem no saldo de gols. A incapacidade de capitalizar o fator casa acende o sinal de alerta e exige uma resposta imediata nos próximos compromissos.
O Peso da Maratona de Jogos e as Carências do Elenco
O desgaste físico é um fator inegável. A equipe disputou oito partidas em um intervalo de 23 dias, desde a estreia no Brasileirão contra o Santos, no dia 30 de março. Essa sequência implacável, com jogos no meio e nos fins de semana e viagens longas para Peru e Fortaleza, cobra seu preço, mesmo com a tentativa de Carille de poupar alguns jogadores contra o Corinthians. O cansaço foi evidente na partida contra o Lanús.
Além do cansaço, o Vasco sofreu com desfalques importantes, como Maurício Lemos, ainda em recuperação de uma fratura na costela, e Tchê Tchê, que enfrenta problemas familiares. No entanto, a maior preocupação reside na falta de opções no banco de reservas, especialmente no setor ofensivo. Diante da necessidade de mudanças na frente, Carille dispôs de nomes como Paulinho, Adson, Zucarello, Alex Teixeira, Jean David e Garré, mas nenhum deles conseguiu desequilibrar a partida. Adson , por exemplo, entrou desconectado e pouco contribuiu.
A ironia é que, ao promover Rayan à titularidade, Carille perdeu uma das poucas peças capazes de oferecer velocidade e fôlego saindo do banco. As ausências de Payet, lesionado, e de Loide, que alegou dores na coxa, agravaram ainda mais a questão do elenco limitado. Embora Carille deva ser cobrado pelo desempenho irregular do Vasco , especialmente nos inícios de jogo e pela falta de variedade nas jogadas de bola parada, não se pode atribuir a ele toda a responsabilidade.
A Eficiência Defensiva como Ponto Positivo
Nem tudo são más notícias. O Vasco alcançou a marca de dois jogos consecutivos sem sofrer gols, um feito raro na temporada. Além disso, essa foi a primeira partida sob o comando de Fábio Carille em que o Vasco não venceu em São Januário.
Análise Tática da Partida
O Vasco demorou a se encontrar na partida contra o Lanús, caindo na armadilha de um adversário que cadenciou o jogo e aproveitou todas as oportunidades para ganhar tempo. O Lanús assustou logo aos cinco minutos, com um chute de Marcich na trave de Léo Jardim. O Vasco tinha dificuldades para construir jogadas pelas pontas e pelo meio-campo, que estava congestionado.
A partir do momento em que acelerou o ritmo, o Vasco começou a crescer na partida. Jair se movimentou mais pela direita e acionou a velocidade de Paulo Henrique, que protagonizou dois lances importantes no primeiro tempo. Nuno Moreira também se destacou pela esquerda, dando amplitude ao ataque vascaíno. O time de Carille terminou a primeira etapa com 57% de posse de bola e nove finalizações, mas faltou o gol para coroar a superioridade.
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O segundo tempo começou de forma semelhante ao primeiro, com o Lanús dominando as ações. O Vasco só conseguiu finalizar aos 10 minutos, com Coutinho. Aos poucos, o cansaço se tornou evidente. Coutinho saiu aos 22, e Nuno, aos 35. Sem dois de seus jogadores mais técnicos e criativos, o time perdeu poder de criação. A exceção foi uma jogada bem trabalhada pela esquerda, em que Paulinho finalizou de fora e acertou a trave.
O Lanús se sentiu cada vez mais confortável em campo, e só não ameaçou o gol de Léo Jardim porque o sistema defensivo do Vasco funcionou bem. João Victor, Paulo Henrique e Hugo Moura foram os destaques da equipe. Vegetti, por outro lado, teve uma atuação abaixo do esperado, mostrando dificuldades em construir jogadas fora da área. Nessas condições, o artilheiro da equipe mais atrapalha do que ajuda.

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