Clássico Carioca à Vista: Flamengo e Vasco se Encontram em Meio a Debates

Preparativos Finais para o Duelo Carioca

O Clube de Regatas do Flamengo está nos momentos derradeiros de sua preparação para o embate contra o Club de Regatas Vasco da Gama, em jogo válido pela primeira partida da fase semifinal do Campeonato Carioca. Este confronto carrega consigo uma série de pontos de discussão que marcaram este início de temporada, desde a escolha da bola utilizada, passando pelo horário da partida ? agendada para antes das 18h ? e, de forma mais proeminente, a superfície de jogo: o gramado sintético.

Foto: (Paula Reis/ Flamengo)

Campo Sintético: Fator de Igualdade ou Desafio?

Contrariando as expectativas, a cúpula do Flamengo não vislumbra uma vantagem significativa para o rival, mesmo com a insistência do Vasco em transferir o clássico para o Estádio Nilton Santos, palco da partida no sábado, às 17h45. A avaliação interna do clube da Gávea é que a ausência de familiaridade com o piso sintético será um obstáculo compartilhado por ambas as agremiações, nivelando o campo de jogo em termos de adaptação.

Essa perspectiva, no entanto, contrasta com a surpresa de alguns jogadores, que manifestaram estranhamento diante da decisão, especialmente após o manifesto coletivo da semana anterior em prol da utilização de campos com gramado natural. A escolha do local da partida, portanto, parece transcender as questões estritamente esportivas.

A definição do palco do confronto parece estar intrinsecamente ligada a fatores que extrapolam as quatro linhas, abrangendo aspectos financeiros como arrecadação, custos de aluguel e bilheteria. Soma-se a isso o entendimento do Vasco de que o Flamengo desfrutaria de duas partidas com mando de campo, dada a gestão do Maracanã pelo clube da Gávea. Diante desse cenário, o Estádio Nilton Santos emergiu como a solução, ainda que controversa, motivando críticas por parte do Flamengo.

Histórico e Adaptação ao Niltão

Curiosamente, o lateral-esquerdo Filipe Luís ainda não vivenciou a experiência de atuar em um campo sintético defendendo as cores do Flamengo. A memória mais recente do clube em tal superfície remonta a agosto, ainda sob o comando de Tite, em uma derrota por 4 a 1 para o Botafogo. Naquela ocasião, o treinador optou por substituir diversos titulares no intervalo, visando preservar a equipe para um compromisso subsequente na altitude, pela Copa Libertadores da América.

No que tange ao histórico do Flamengo no gramado sintético do Estádio Nilton Santos, o clube acumula apenas duas partidas: uma vitória em 2023 e uma derrota em 2024. Em clássicos contra o Vasco no mesmo estádio, foram 13 confrontos, nenhum deles na atual configuração do gramado. O Flamengo ostenta um retrospecto favorável, com seis vitórias e duas derrotas, além de cinco empates.

Repercussão e Declarações

Em declarações à UOL, o lateral-direito Alex Sandro minimizou a questão do campo, afirmando: "É indiferente para mim, particularmente. Eu acho que é algo que todos têm direito de escolher porque é o mando deles. Então, independentemente de onde eles vão mandar o jogo, vamos fazer o nosso melhor trabalho. Como o Vasco não é um clube acostumado também com grama sintética, assim como o Flamengo, não tem vantagem para nenhum dos dois. Obviamente, se fosse contra uma equipe que já joga no sintético, poderia ter essa margem. Mas essa questão do Vasco foi uma escolha deles, a gente tem que ir lá jogar."

O lateral-direito Varela, em entrevista coletiva, expressou surpresa com a escolha do campo: "Chama um pouco atenção porque semana passada todo mundo se juntou para jogar em campo natural. Vamos ter que ir no Nilton Santos, jogar de igual para igual e definir no Maracanã. Aquele campo muda tudo, a velocidade da bola, os toques... Nem o Flamengo nem o Vasco vão estar à vontade. O Vasco não joga ali, se fosse o Botafogo, talvez (teria vantagem). Não sei por que decidiram jogar ali, para eles era melhor no Maracanã."

Estratégias e Preparativos Finais

O técnico Filipe Luís terá a manhã de hoje para definir a escalação da equipe, que deve ser novamente mista. O Centro de Treinamento Ninho do Urubu dispõe de um campo com gramado sintético, mas o treinador optou por não utilizá-lo durante a semana de preparação. Na época em que Tite comandava o time, era comum realizar ao menos uma atividade no local antes de partidas em campos com essa superfície.