Amor Transatlântico: Britânico Troca Barnsley por São Januário

Um Coração Cruzmaltino na Europa

Em uma reviravolta surpreendente, um cidadão britânico da pequena Barnsley, no norte da Inglaterra, encontrou no Vasco da Gama uma paixão avassaladora. O ano era 2000, e o clube carioca, em um momento de glória, superou o poderoso Manchester United por 3 a 1 no Mundial de Clubes. Esse triunfo plantou uma semente no coração do jovem John Fahey, então com 12 anos.

Vinte e cinco anos se passaram, e John Fahey, agora com 37 anos, materializou seu sonho de infância. Ele desembarcou no Brasil, não como um mero turista, mas como um peregrino em busca da experiência autêntica de torcer pelo Vasco . Sua jornada culminará no Mané Garrincha, em Brasília, onde testemunhará o embate entre o Vasco e o Fluminense.

A história de John é um testemunho do poder transcendente do futebol. Aquele jogo de 2000, assistido ao lado de familiares torcedores do Manchester United, foi o catalisador de uma paixão que o conectaria para sempre ao clube de São Januário. A história do clube e sua forte ligação com a classe trabalhadora ressoaram profundamente em John, que hoje trabalha como técnico de construção próximo a Frankfurt, na Alemanha.

Raízes Operárias e a Conexão com o Vasco

A identificação de John com o Vasco vai além do espetáculo esportivo. Ele encontra paralelos entre o clube carioca e seu time europeu, o Feyenoord Rotterdam, também um clube com raízes na classe trabalhadora. Essa conexão com times que representam o povo é um tema recorrente na paixão de John pelo futebol.

- Ver a atmosfera e o futebol que o Vasco jogou (contra o Manchester United) foi incrível. Foi algo especial e, a partir desse momento, decidi que um dia eu teria que ir lá. Coloquei isso na minha lista de desejos e, sim, eu tinha que fazer acontecer. Meu time na Europa é o Feyenoord Rotterdam, que é um time de trabalhadores. Vem de uma cidade operária, é o clube do povo, e sinto que há uma conexão com o Vasco também - disse ele em contato com o ge.

A mística de São Januário também exerce um fascínio irresistível sobre John. Para ele, o estádio representa a essência da paixão vascaína, um lugar onde a história e a emoção se encontram. A partida contra o Fluminense em Brasília surge como uma oportunidade de vivenciar essa paixão em um novo cenário, sem abrir mão da atmosfera única que envolve o clube.

- Todo mundo quer ir ao Maracanã, mas para mim o Vasco é perfeito, foi uma conexão muito boa. Vou ao jogo contra o Fluminense em Brasília, vi que era possível com um voo curto do Rio, então pensei: por que não? Vou sozinho, mas dentro do estádio acho que não estarei sozinho - completou John.

Amizade e a Marca na Pele

No Rio de Janeiro, John construiu uma forte amizade com o vascaíno Leonardo Sul, um encontro fortuito que se consolidou em 2020. Juntos, eles compartilharam a emoção de um jogo em São Januário contra o Maricá, um momento que reforçou ainda mais o laço de John com o clube.

A paixão de John pelo Vasco é tão intensa que ele planeja eternizá-la na pele. Uma tatuagem com a cruz de malta, símbolo máximo do clube, é o tributo que ele pretende gravar em seu corpo, selando para sempre sua conexão com o Gigante da Colina.

- Já tenho essa ideia da tatuagem há cerca de um ano. Se for possível, no último dia das minhas férias, vou com o Léo para ver se conseguimos fazer. A atmosfera no estádio é fantástica. Adoro a paixão dos torcedores do Vasco .

Um Globe-Trotter Apaixonado por Futebol

Essa é a quarta vez que John visita o Brasil, e o confronto com o Fluminense marcará seu quarto jogo do Vasco no estádio. Durante sua estadia, ele já testemunhou a vitória sobre o Maricá por 1 a 0 em São Januário e almeja comparecer aos clássicos contra o Flamengo e o Botafogo, agendados para os dias 15 e 23 de fevereiro, respectivamente.

As viagens de John pelo mundo do futebol o levaram a 38 países distintos, onde ele vivenciou a atmosfera de estádios por toda a Europa e América do Sul. No entanto, a experiência de torcer pelo Vasco no Brasil ocupa um lugar especial em seu coração.

- Meu hobby é assistir a futebol ao redor do mundo, o que chamam de "ground-hopping". Acho que já assisti a jogos de futebol em 38 países diferentes. Toda vez que venho para a América do Sul, sempre planejo com base na possibilidade de ver o Vasco e depois ir para outros lugares, às vezes Argentina ou outros países, para assistir a diferentes jogos. Mas esta viagem é só para ver o Vasco .

Para John, o Brasil personifica a essência da paixão pelo futebol. A atmosfera vibrante e a energia contagiante dos torcedores brasileiros, especialmente os vascaínos, o cativam de uma forma única. Embora reconheça a intensidade da torcida argentina, ele coloca o Brasil no topo da sua lista de experiências futebolísticas.

- O Brasil está no topo. A atmosfera no Brasil é algo especial, especialmente com o Vasco . Acho que você vê a paixão, é mais do que apenas um jogo. A Argentina também é muito especial em termos de atmosfera, mas o Brasil está definitivamente lá em cima - completou John.