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A Saga da SAF do Vasco: BTG, A-CAP e a Busca por um Novo Dono
Por Redação FutVasco em 22/10/2024 16:51
A Saga da SAF do Vasco: BTG, A-CAP e o Futuro Incerto
O cenário da SAF do Vasco da Gama continua em constante ebulição, com novos capítulos se desenrolando a cada dia. A suspensão da ação judicial e da arbitragem entre o clube e a A-CAP, a seguradora americana que herdou os ativos da 777 Partners, chega ao fim nesta quinta-feira (24), sem que um acordo de venda tenha sido alcançado. A volta da arbitragem promete ser um novo capítulo nesse imbróglio, que parece estar muito longe de ter um desfecho.
Nos bastidores, movimentações recentes têm agitado a torcida vascaína. O banco BTG Pactual, conhecido por suas operações no futebol brasileiro, manifestou interesse nas ações da SAF do Vasco , correspondentes a 31% do total, que foram adquiridas pela 777 em três anos de investimentos. O banco apresentou uma oferta de US$ 30 milhões (cerca de R$ 170 milhões, de acordo com a cotação atual) pela parte da 777, o que representa metade do valor total investido pela empresa americana no Vasco - US$ 60 milhões.
O BTG no Centro das Atenções: Interesses, Propostas e Impasses
De acordo com o contrato original da SAF, que atualmente está suspenso por decisão judicial, o Vasco deveria concordar com a venda das ações para a 777. No entanto, o clube não foi informado sobre a proposta do BTG, nem sobre os termos da negociação. O banco já havia elaborado um plano para a operação, com um aporte inicial de US$ 15 milhões (R$ 85 milhões) e o restante sendo pago após uma auditoria.
A diretoria do Vasco , liderada por Jorge Salgado, demonstrou descontentamento com a negociação entre o BTG e a A-CAP. Os dirigentes entendem que é fundamental haver um alinhamento com o novo comprador para evitar que a história se repita, como aconteceu com a 777, que, segundo eles, se distanciou do projeto e da realidade do futebol do clube.
A situação se torna ainda mais complexa devido ao fato de que a negociação entre o BTG e a A-CAP ocorreu em paralelo à aproximação do Vasco com o mesmo banco para obter um empréstimo e iniciar o processo de recuperação judicial. Na semana passada, o jornal Valor Econômico divulgou os detalhes da proposta do BTG ao Vasco , que, em nota, confirmou as conversas, mas afirmou que os termos "jamais seriam aceitos".
A proposta do BTG ao Vasco , de acordo com o Valor Econômico, incluia um empréstimo de R$ 165 milhões com prazo de dois anos e seis meses para pagamento, com juros de CDI mais 11,5% ao ano. Como garantia do empréstimo, o banco teria direito a 20% das ações da SAF do Vasco , além de 6% de comissão em uma eventual venda da SAF no futuro.
O BTG e o Futuro da SAF: Uma Busca Por Lucro e Ações
Apesar de ser um parceiro em outras operações no futebol brasileiro, o BTG não demonstra interesse em assumir o controle da SAF do Vasco ou de qualquer outro time. A intenção do banco era, na verdade, combinar a compra das ações da A-CAP com o saneamento das dívidas do Vasco por meio da recuperação judicial, o que proporcionaria "alívio" para o clube com o alongamento dos acordos.
O banco pretendia, então, vender a SAF do Vasco para recuperar o investimento com lucro. No entanto, ambas as operações, o empréstimo ao Vasco e a compra das ações da A-CAP, só avançarão se houver mudanças nos termos das propostas.
A Divisão Atuai das Ações da SAF do Vasco
Atualmente, a divisão das ações da SAF do Vasco é a seguinte:
- 30% pertencem ao clube associativo
- 31% pertencem à 777, que os comprou em aportes desde 2022
- 39% estão em discussão na arbitragem
A-CAP e o Fim da Suspensão: Novas Negociações e a Volta da Arbitragem
O acordo entre o Vasco e a A-CAP para a suspensão da ação judicial e da arbitragem foi homologado pela Justiça no dia 31 de julho, mas o protocolo foi assinado em 24 de julho na FGV, tribunal escolhido para a arbitragem do litígio. O prazo de três meses para a suspensão está se esgotando e, no momento, tanto o Vasco quanto a A-CAP descartam a prorrogação, principalmente porque um acordo de venda das ações da SAF parece distante.
Se houver um consenso mais adiante, os dois lados entendem que a volta da arbitragem não prejudicará um futuro entendimento. O fim da suspensão, portanto, não significa uma mudança imediata no imbróglio jurídico, que já conta com uma liminar em vigor no Brasil, que deu o controle da SAF ao clube associativo em maio, e outra nos EUA, contra a 777 e a A-CAP.
A Leadenhall e a Limitação da Venda: O Caso da Justiça Americana
Para que a venda das ações da SAF do Vasco ocorra, além do acordo entre o Vasco e a A-CAP, é necessário que a situação da Leadenhall, na Justiça americana, seja resolvida. Uma liminar de 8 de julho, revelada pelo ge em 11 de outubro, mostra que a Leadenhall tem o poder de impedir a 777 e a A-CAP de se desfazerem de seus ativos. No entanto, a empresa do grupo que controla os clubes de futebol não está incluída nessa liminar, o que deixa o Vasco confiante de que uma possível operação de venda da SAF não será prejudicada.
A novela da SAF do Vasco segue com novos capítulos, e o final ainda é incerto. A volta da arbitragem, o interesse do BTG e a presença da Leadenhall na Justiça americana são elementos que tornam essa saga ainda mais complexa. O futuro da SAF do Vasco está em jogo, e a torcida vascaína aguarda ansiosamente por um desfecho que traga estabilidade e um novo rumo para o clube.
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